BOAS VINDAS

Eu tenho uma espécie de dever,de dever sonhar

de sonhar sempre,

pois sendo mais do que

um espectador de mim mesmo,

Eu tenho que ter o melhor espatáculo que posso.

Fernando Pessoa

"Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos." Pitágoras

quinta-feira, 1 de julho de 2010

O lúdico na educação infantil

A ludicidade é assunto que tem conquistado espaço no panorama nacional, principalmente na educação infantil, por ser o brinquedo a essência da infância e seu uso permitirem um trabalho pedagógico que possibilita a produção do conhecimento, da aprendizagem e do desenvolvimento.

Independentemente de época, cultura e classe social, os jogos e brinquedos fazem parte da vida da criança, pois elas vivem em um mundo de fantasia, de encantamento, de alegria, de sonhos onde a realidade e o faz-de-conta se confundem apesar de a história de antigas civilizações mostrarem o contrário, fazendo o brincar se transformar em pecado.

Nas sociedades de mudanças aceleradas em que vivemos, somos sempre levados a adquirir competências novas, pois é o individuo a unidade básica de mudança. A utilização de brincadeiras e jogos no processo pedagógico faz despertar o gosto pela vida e leva as crianças a enfrentarem os desafios que lhe surgirem.
A aprendizagem depende em grande parte da motivação: as necessidades e os interesses das crianças são mais importantes que qualquer outra razão para que ela se ligue a uma atividade e da confiança na sua capacidade de construir uma idéia própria sobre as coisas, assim como exprimir seu pensamento com convicção são característica que fazem parte da personalidade integral da criança.
Dessa forma, o brincar aparece como um elemento de aprendizagem e desenvolvimento de adaptação social, de libertação pessoal e conservação da própria cultura ao encerrar uma série de valores, nomeadamente recreativos, pedagógicos cultural entre outro. Vale ressaltar que o brincar aparece também definido como jogo na teoria piagetiana. Assim, ao longo do período infantil.

No que se referem aos aspectos sócios, os jogos aparecem como instituições sociais capazes de promover a comunicação interpessoal, criando um relacionamento social e á compreensão das regras. Dessa forma, a atividade lúdica como berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo por isso, indispensável a pratica educativa. As brincadeiras permitem à exploração de potencial criativo de uma seqüência de ações libertas e naturais em que imaginação se apresenta como atração principal, o que significa dizer por meio do brinquedo, a criança reinventa o mundo e liberam as suas fantasias. É interessante observar que, Vygotsky, o ensino sistemático não é o único fator responsável por alargar os horizontes da zona de desenvolvimento proximal. Ele considera o brinquedo uma importante fonte de promoção de desenvolvimento. Afirma que, apesar do brinquedo não ser o aspecto predominante na infância, ele exerce uma enorme influencia no desenvolvimento infantil. De acordo com Vygotsky, por meio do brinquedo, a criança aprende a atuar numa esfera cognitiva, que depende de motivações internas, Nessa fase (idade pré- escolar) ocorre uma diferenciação entre os campos de significado e da visão. O pensamento, que antes era determinado pelos objetivos do exterior, passa a ser regido pelas idéias.

A criança passa a criar uma situação ilusória, como forma de satisfazer seus desejos não realizáveis.O educador infantil que realiza seu trabalho pedagógico na perspectiva lúdica observa as crianças brincando e faz disto ocasião para reelaborar suas hipóteses e definir novas propostas de trabalho. Não se sente culpado por este tempo que passa observando e refletindo sobre o que está acontecendo em sua sala de aula (Moyles, 2002, p. 123).

Em linhas gerais, é necessário que o educador insira o brincar em um projeto educativo, o que supõe intencionalidade, ou seja, ter objetivos e consciência da importância de sua ação em relação ao desenvolvimento e à aprendizagem infantil. Este projeto educativo, no entanto, não passa de ponto de partida para sua prática pedagógica, jamais ponto de chegada definido rigidamente de antemão, pois é preciso renunciar ao controle, centralização e onisciência do que ocorre com as crianças em sala de aula.

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